É fato que o cultivo de peixes e outros organismos aquáticos – conhecido como piscicultura – é complexo, afinal, ter que lidar com elementos diversos que envolvem aspectos biológicos, químicos e climáticos diariamente pode ser um grande desafio. Porém, com o conhecimento e as ferramentas certas esse cultivo se torna mais simples, e o bicarbonato de sódio pode desempenhar o papel de um grande aliado para isso, principalmente na realização de uma tarefa vital para o sucesso da produção: a manutenção da qualidade da água.
Consistindo em um fator decisivo na piscicultura, esse cuidado específico é essencial para a prevenção de riscos à saúde dos peixes, e entre as ações efetivadas para garantir essa qualidade está o controle de seu pH. Ou seja, o produtor precisa entender os fatores que envolvem a concentração de bases e ácidos na água, monitorando os índices e os regulando quando necessário. Basicamente, o pH é uma escala de 0 a 14 criada para medir os níveis de acidez e de alcalinidade dos líquidos. O ponto neutro se encontra no 7. Acima disso, o líquido se encontra cada vez mais alcalino e, abaixo disso, o líquido se encontra cada vez mais ácido.
Quais podem ser os problemas enfrentados com o nível de pH?
Na natureza, cada espécie de peixe possui uma tolerância específica ao pH do ambiente para a sua sobrevivência, mas a média da maioria acaba sendo bem parecida, facilitando o cálculo do “ideal” para grande parte dos peixes – como os de água doce, que se adaptam bem à níveis entre 7 e 8.
As consequências da falta de estabilidade do pH na “zona” ideal podem variar, mas em ambos os casos (aumento ou diminuição desse nível) há a ampliação do potencial tóxico de várias substâncias, principalmente aquelas encontradas em despejos de produtos químicos comumente utilizados no cultivo. Assim, quando a água está mais ácida (baixo pH), alguns metais apresentam mais toxicidade e os peixes passam a ter certa dificuldade em respirar debaixo d’água, passando a alcançar a superfície em busca de oxigênio mais vezes. Isso acarreta na diminuição de sua alimentação e no enfraquecimento de sua imunidade, expondo os animais a riscos de enfermidades.
Já quando o habitat está mais alcalino (alto pH), a amônia presente na água se torna muito mais tóxica e acontece a formação de óxido de cálcio, acarretando na corrosão das nadadeiras e do epitélio branquial dos peixes, o que aumenta sua mortalidade.
Quando essas consequências não chegam ao ponto de serem letais, a saúde dos animais ainda é muito prejudicada: podem sofrer diversos distúrbios, desequilíbrio da estabilidade que o organismo precisa para funcionar corretamente e aumento do estresse. Isso tudo traz riscos à produção, desencadeando desde alterações reprodutivas até o retardo no crescimento dos peixes.
Assim, para que a manutenção do pH da água seja feita de maneira eficaz, é necessário realizar não só a medição de seu nível constantemente, mas também observar e corrigir os aspectos que impulsionam alterações. A fotossíntese das plantas aquáticas presentes no tanque, a alimentação e a respiração dos peixes são alguns desses fatores, mas a atenção a elementos externos também se faz importante, como a quantidade de ração, algas e fitoplânctons, e o acúmulo de matéria orgânica no tanque. Entretanto, muito mais que observar e monitorar, é preciso controlar.
Como regular o pH dos tanques de piscicultura?
As soluções encontradas para estabilizar as variações de pH na água do cultivo, em sua maioria, estão diretamente ligadas à causa dessa alteração. Portanto, controlar o desenvolvimento de fitoplânctons e vegetais por meio da higienização frequente dos tanques, monitorar a quantidade diária de ração para os peixes e as substâncias que estão sendo adicionadas à água são atitudes indispensáveis para essa estabilização.
Porém, ainda assim, o pH da água pode baixar repentinamente, e isso é bem comum. Para esses casos em que apenas o tratamento das causas das variações não é o bastante, o bicarbonato surge como aliado! Ele é um ótimo regulador de pH, repondo a alcalinidade sem mudanças bruscas, auxiliando na diminuição da acidez e mantendo certa resistência à novas alterações por um tempo. Além disso, ele é altamente solúvel, não apresenta riscos à saúde dos peixes e ainda é biodegradável. Em outras palavras, o bicarbonato de sódio é um tamponante excelente!
E essa funcionalidade específica também realiza um papel importantíssimo em diversas outras produções do segmento alimentício, como na nutrição animal, no cultivo de camarões e na criação de gado. Quer conhecer mais sobre o bicarbonato de sódio na indústria? Acesse nosso blog ou fale conosco!
